Wednesday, May 31, 2017

Obras de misericórdia em Campo Grande (Rio de Janeiro, Brasil)

Works of Mercy in Campo Grande (Rio de Janeiro, Brazil) 

Œuvres de miséricorde à Campo Grande (Rio de Janeiro, Brésil) 

Obras de misericordia en Campo Grande (Río de Janeiro, Brasil)




O Ano da Misericórdia terminou. Mas sabemos que a tarefa de fazer presente a misericórdia no mundo continua a ser uma emergência. Este Ano Santo foi uma ocasião para iniciar projetos que continuam ainda e vão alcançar maior extensão. Este é o sentido do acolhimento das “pessoas de rua", que se iniciou na paróquia de "Nossa Senhora do Desterro", em Campo Grande (Rio de Janeiro, Brasil). O pároco, Paulo Roberto Teixeira de Abreu sscc, diz-nos.


As Obras de Misericórdia corporais e espirituais são para os cristãos uma forma direta, simples e completa para manifestar aos seres humanos, homens e mulheres de nosso tempo, ainda que de forma humana e limitada, um exemplo da imensa misericórdia que brota do coração de Deus, rico em bondade e amor. O olhar misericordioso de Deus sobre nossas debilidades e pecados, sua ação salvadora que nos liberta de nossos males e dos males do mundo nos torna conscientes desta tarefa humana: sermos capazes de manifestar ao mundo este mesmo amor e misericórdia.

De forma específica, o Ano Santo da Misericórdia nós faz retomar esta atitude básica e fundamental de nossa fé: "Sede misericordiosos como vosso Pai é Misericordioso". Graças a este apelo trazido pelo Papa Francisco, diversas famílias, comunidades, grupos, entidades e mesmo pessoas individuais, motivadas por esta reconvocação à misericórdia, estão dando passos em direção a uma vida mais comprometida e aberta às necessidades das pessoas que mais sofrem em um mundo marcado pela injustiça e exclusão, e assim, ajudam a vencer a "globalização da indiferença".

Em nossa Comunidade Paroquial, Nossa Senhora do Desterro, que tem um longo histórico de atividades e projetos nesta direção; diante de um grande desafio que é a dura e complexa realidade das pessoas em situação de rua, ou como costumamos chamá-los: "moradores de rua"; iniciou um trabalho de apoio a estas pessoas que vivem próximas de nós.

Motivados pelo Ano da Misericórdia e questionados por uma realidade onde as pessoas que vivem na rua enfrentam sozinhas uma luta diária contra a fome, a exposição ao frio, ao calor, chuvas. Muitas vezes culpabilizados pela sociedade por causa da situação em que se encontram, da mesma forma como generaliza seu estado, ignorando a singularidade de cada indivíduo, onde a indiferença cria uma invisibilidade geradora de várias e graves violações, tratando essas pessoas como um perigo, uma ameaça e ate mesmo com desejo de eliminá-las, apoiando um sistema que mata de forma lenta e silenciosa; chegamos a conclusão que podemos abrir uma porta: 


Com um grupo de voluntários, leigos, leigas, religiosos, começamos a acolher uma vez por semana, todas as segundas feiras pela manha, pessoas em situação de rua como um serviço de apoio e ponte para nos aproximar de sua realidade, conhecer algo de suas vidas e ajudar no que for possível e necessário. O projeto consiste inicialmente em abrir uma porta todas as segundas feiras de manhã, oferecer um espaço para higiene pessoal, banho, tolha, roupa, corte de cabelo, uma refeição: café com leite e pão com manteiga e atender da melhor forma possível como e com o que cada um sabe fazer e oferecer.

Contamos com o apoio de profissionais da área do serviço social, saúde, assistência jurídica e psicológica e membros da comunidade paroquial que abraçaram esta proposta. O contato humano, aberto e simples, direto e franco pode ser uma porta, uma oportunidade para vencermos a indiferença e tratar a todos como irmãos e irmãs.
                                                           



Works of Mercy in Campo Grande (Rio de Janeiro, Brazil)

The Year of Mercy is over. But we know that the task of being merciful in the world continues to be an emergency. The holy year was an occasion to begin projects which still go on and even take on more. This is the case in the welcome of street people which began in the parish of “Nossa Senhora do Desterro” (Our Lady of the Exile) in Campo Grande (Rio Janeiro, Brazil). The pastor Paulo Roberto Teixeira de Abreu sscc tells the story.

The spiritual and corporal Works of mercy, however human and limited they may be, are for Christians a manifestation , simple and thorough, of the great mercy directed to the men and women of our time, a mercy  that flows from the heart of God, rich in goodness and love.  The merciful regard of God for our weaknesses and sins, his saving action that saves us from our own sins and the evils of the world, make us conscious of this one human task: show this same love and mercy to others.

The Holy Year of Mercy made us take up concretely this basic and fundamental attitude of our faith. Be merciful as your heavenly Father is merciful. Thanks to this call of Pope Francis many families, communities, spontaneous groups, established organizations and individuals are motivated by this renewal in mercy. They have made advances to living a life that is more committed and open to the needs of people suffering ever more in a world marred by injustice and exclusion. All have helped to overcome a “globalization of indifference.”

In our parish community Our Lady of the Exile in Campo Grande (Rio Janeiro, Brazil), there is a long history of regular activities and special projects to confront the hard, complex reality of the street people (“moradores de rua” ), or as we say the homeless. We have undertaken a new initiative to support the ones who live near us.

We were motivated by the Year of Mercy and challenged by the stark reality of street people who face a daily struggle alone against hunger, exposure to cold, to heat, to floods. We came to see that often these persons are blamed by society for the condition in which they find themselves. Society generalizes their condition as if each one is not an individual and not without a diverse set of circumstances. There is an indifference which renders persons invisible and therefore subjects persons to many and grave abuses. We could treat persons as dangerous, see then as a threat to be eliminated.  We would then be supporting a society that kills by a sluggish and silent form of neglect. We came to a conclusion that we had to open a door of mercy.


We began as a group of volunteers-laity, religious-to welcome a group of street people once a week every Monday morning. We wanted to offer help however possible and build a bridge to know up closer something of their lives.  Initially the project was to open a door of mercy every Monday morning and to give a space for personal hygiene, offering a shower, towel, clothes, haircuts, and a meal: coffee with milk, bread and butter and to attend the best way possible with whatever volunteers knew to do and make available. Now we depend on the support of professionals in the field of social services, health, legal assistance and psychology and on the members of the Parish council who have adopted the project. The human contact, open, simple, direct and frank can be a door, an opportunity to overcome indifference and to treat all as brothers and sister.
 
Paulo Roberto Teixeira de Abreu ss.cc.



 Œuvres de miséricorde à Campo Grande (Rio de Janeiro, Brésil)

L’année de la miséricorde est terminée. Mais nous savons que notre  devoir  de rendre la  miséricorde présente dans le monde reste toujours une urgence. L’année sainte a été l’occasion de lancer des projets qui se poursuivent toujours  et ont acquis même de nouvelles dimensions. C’est le cas de l’accueil des  gens de la rue, qui a été lancé  par  la paroisse  de "Nossa Senhora do Desterro",  (« Notre Dame de l’exil »), à Campo Grande (Rio de Janeiro, Brésil). Son  curé, Paulo Roberto Teixeira de Abreu sscc, nous le raconte.

Les œuvres de miséricorde physiques  et spirituelles sont pour les chrétiens une manifestation directe, simple et entière  accordée à des personnes, hommes et femmes de notre temps, même si c’est  d’une manière humble et limitée, de la grande bonté qui s’épanche du cœur de Dieu, toujours riche en bonté et en amour. Le regard miséricordieux de Dieu sur nos faiblesses et nos péchés, son action pour nous  libérer de nos maux personnels et sociaux, nous fait prendre conscience de ce devoir d’homme : être capables de manifester au monde ce même amour et cette même miséricorde de Dieu.

En pratique, l’année sainte de la miséricorde nous a fait revenir à cette attitude fondamentale de notre foi : « Soyez  miséricordieux comme votre Père est miséricordieux. » Grâce à cet appel du pape François, différentes familles, communautés, groupes, organisations et même  personnes individuellement, motivés par ce renouveau de la Miséricorde, ont fait des avancées vers une vie plus engagée et ouverte aux besoins des personnes qui souffrent le plus dans ce monde marqué par l’injustice et l’exclusion. Ils travaillent  ainsi à dépasser  la « mondialisation de l’indifférence ».

Dans notre communauté paroissiale, Notre Dame de l’Exil, à Campo Grande (Rio de Janeiro, Brésil), qui a déjà une longue histoire d’activités et de projets dans ce sens, devant le  défi important qu’est la réalité dure  et complexe des gens de la rue, ou comme nous les appelons, les « sans-abri » (« moradores de la rua »), nous nous sommes mis à travailler pour venir en aide à ces gens qui vivent tout près de nous.

Nous avons été motivés par l’année  de la miséricorde et interpelés  par la réalité que  vivent les personnes de la rue, seuls  quotidiennement face  à la faim, exposés  à la pluie, la chaleur, au froid. Ils se sentent souvent culpabilisés  par la société à cause de leur  situation de misère ; également   la mentalité tend à généraliser leur situation, sans tenir compte de la singularité  de chaque cas ; et cela conduit à une indifférence qui les rend invisibles aux yeux de la société, ce  qui génère  de graves violations et amène à traiter ces gens  comme un danger, une menace, avec le désir plus ou moins avoué  de les éliminer. Ainsi s’installe un système qui tue de manière lente et silencieuse. Nous sommes arrivés à la conclusion que nous devions  ouvrir une porte.

Avec un groupe de bénévoles, laïcs et religieux, nous avons commencé à recevoir une fois par semaine, tous les lundis matins, les gens de la rue, comme service  d’aide et lien pour nous rapprocher de leur vie, pour connaître le concret de  leur existence et les  aider selon nos possibilités et leurs besoins. Le projet a consisté  initialement à ouvrir  une porte chaque lundi matin, leur offrant un espace pour leur hygiène personnelle, avec salle de bain, serviettes, vêtements, coupe de cheveux et alimentation : café au lait, pain, beurre et une manière de servir la plus correcte possible, selon  le bon vouloir et le savoir-faire de chacun.

Nous comptons sur le soutien de professionnels dans le domaine des services sociaux, santé, assistance juridique et psychologique et avec les membres de la communauté  paroissiale  qui ont accepté cette proposition. Le contact ouvert et simple, direct et franc,  peut être une porte ouverte, une occasion  de dépasser  l’indifférence et de  traiter tous ces gens de la rue, comme frères et sœurs.

 Paulo Roberto Teixeira de Abreu ss.cc.


Obras de misericordia en Campo Grande (Río de Janeiro, Brasil)

El año de la misericordia terminó. Pero sabemos que la tarea de hacer presente la misericordia en el mundo sigue siendo una emergencia. Este Año Santo fue una ocasión para iniciar proyectos que continúan aún y incluso van tomando más dimensión. Este es el caso de la acogida de las "personas de la calle", que se inició en la parroquia de "Nuestra Señora del Destierro", en Campo Grande (Río de Janeiro, Brasil). El párroco, Paulo Roberto Teixeira de Abreu sscc, nos lo cuenta.

Las obras de misericordia corporales y espirituales son para los cristianos una manifestación directa, sencilla y completa, a los seres humanos, hombres y mujeres de nuestro tiempo, aunque sea de una manera humana y limitada, de la gran misericordia que brota del corazón de Dios, rico en bondad y amor. La mirada misericordiosa de Dios sobre nuestras debilidades y pecados, su acción salvadora que nos libera de nuestros males y de los males del mundo, nos hace conscientes de esta tarea humana: ser capaz de mostrar al mundo ese mismo amor y misericordia.

En concreto, el Año Santo de la Misericordia nos hace retomar esta actitud básica y fundamental de nuestra fe: "Sed misericordiosos como vuestro Padre es misericordioso." Gracias a esta llamada del papa Francisco, diversas familias, comunidades, grupos, organizaciones e incluso individuos, motivados por esta renovación a la misericordia, han dado pasos hacia una vida más comprometida y abierta a las necesidades de las personas que más sufren en este mundo marcado por la injusticia y la exclusión, y así ayudan a superar la "globalización de la indiferencia."

En nuestra comunidad parroquial, Nossa Senhora do Desterro, en Campo Grande (Rio de Janeiro, Brasil), que tiene ya una larga historia de actividades y proyectos en esta dirección, ante el desafío importante que es la realidad dura y compleja de la gente en la calle, o como los llamamos, "los sin techo" (“moradores de rua”), se comenzó a trabajar para apoyar a estas personas que viven cerca de nosotros.

Fuimos motivados por el Año de la Misericordia e interpelados por una realidad donde las personas que viven en la calle se enfrentan solas a una lucha diaria contra el hambre, la exposición al frío, al calor y a las lluvias. A menudo son culpabilizados por la sociedad debido a la propia situación en que se encuentran; asimismo se generaliza su estado, haciendo caso omiso de la singularidad de cada individuo; con una indiferencia que crea una invisibilidad que genera varias y graves violaciones, tratando a estas personas como un peligro, como una amenaza e incluso con el deseo de eliminarlas, apoyando así un sistema que mata de una forma lenta y silenciosa. Llegamos a la conclusión de que podíamos abrir una puerta.

Con un grupo de voluntarios, laicos, religiosos, comenzamos a recibir una vez por semana, todos los lunes por la mañana, gente de la calle como un servicio de apoyo y como un puente para aproximarnos a su realidad, a saber algo de sus vidas y ayudar en todo lo posible y necesario. El proyecto consiste inicialmente en abrir una puerta cada lunes por la mañana, ofreciendo un espacio para la higiene personal, ofreciendo baño, toalla, ropa, corte de pelo, y una comida: café con leche y pan con mantequilla y atender de la mejor manera posible, con lo que cada uno sabe hacer y ofrecer.

Contamos con el apoyo de profesionales en el campo de los servicios sociales, salud, asistencia legal y psicológica y con miembros de la comunidad parroquial que han adoptado esta propuesta. El contacto humano, abierto y sencillo, directo y franco, puede ser una puerta, una oportunidad para superar la indiferencia y tratar a todos como hermanos y hermanas.


  Paulo Roberto Teixeira de Abreu ss.cc.

No comments:

Post a Comment